17 Março 2012
tenho
medo
Há cerca de três meses um amigo meu convidou-me para
proferir uma palestra perante uma audiência católica sobre a minha experiência
com o catolicismo. Eu aceitei de bom grado, mas quando chegou a
altura de dar o título à palestra eu fiquei sem saber o que dizer.
Foi ele próprio que sugeriu: "Do liberalismo ao catolicismo,
onde ainda não cheguei". Aceitei a sugestão porque reflectia bem a realidade.
Passei o dia de hoje a reler o livro do Chesterton "Por
qué soy católico"
sempre com a seguinte pergunta no espírito: Será que, não sendo católico,
eu me converteria ao catolicismo depois de ler este livro? No final do dia,
a minha resposta foi um conclusivo Não.
sempre com a seguinte pergunta no espírito: Será que, não sendo católico,
eu me converteria ao catolicismo depois de ler este livro? No final do dia,
a minha resposta foi um conclusivo Não.
E, no entanto, o livro está cheio de artigos admiráveis que
o Chesterton
escreveu em defesa do catolicismo e do processo da sua conversão
a partir do anglicanismo. Mas a conclusão a que cheguei é que
nenhum deles me levaria a tornar-me católico. Mais importante,
cheguei à conclusão que ninguém se converte ao catolicismo
por argumento intelectual. Esta é a forma maciça de conversão
ao protestantismo e às doutrinas laicas saídas do protestantismo
- como o socialismo e o liberalismo -, mas não é a forma de
conversão ao catolicismo.
escreveu em defesa do catolicismo e do processo da sua conversão
a partir do anglicanismo. Mas a conclusão a que cheguei é que
nenhum deles me levaria a tornar-me católico. Mais importante,
cheguei à conclusão que ninguém se converte ao catolicismo
por argumento intelectual. Esta é a forma maciça de conversão
ao protestantismo e às doutrinas laicas saídas do protestantismo
- como o socialismo e o liberalismo -, mas não é a forma de
conversão ao catolicismo.
Foi, de resto, o ensaio "A Igreja Católica e a
conversão" ,
escrito em 1927, e reproduzido logo no início do livro que
hoje me prendeu mais a atenção.
escrito em 1927, e reproduzido logo no início do livro que
hoje me prendeu mais a atenção.
O Chesterton distingue três
fases na conversão ao catolicismo:
- a primeira
é a da protecção à Igreja (de todos
os ataques
que lhe são dirigidos),
é a da descoberta da Igreja, e é nesta fase que eu ainda estou.
- A terceira
é a de fugir da Igreja.
já as vivi. Quanto à terceira, é dela que eu tenho medo e medo
é a palavra verdadeira. Para não ter de fugir, eu tenho medo de entrar.
Se o catolicismo é incapaz de gerar conversões por argumento
intelectual, o que é que leva um homem a converter-se ao catolicismo?
Outro homem. E o que é que esse homem inspira? Mistério.
intelectual, o que é que leva um homem a converter-se ao catolicismo?
Outro homem. E o que é que esse homem inspira? Mistério.
No fim, o mais interessante e misterioso naquele livro
é a personalidade do autor. Eu gostava de o ter conhecido.
é a personalidade do autor. Eu gostava de o ter conhecido.
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