Segunda e Terça-feira, estive nas férias de adultos de Comunhão e Libertação (é o encontro anual da comunidade, cinco ou seis dias de férias, este ano foi no Luso).
Numa das noites esteve connosco o nosso amigo Aldo Brandirali. Trata-se de um célebre dirigente da extrema-esquerda italiana dos anos 60 e 70 que em 1982 encontrou D. Giussani e o movimento e, mais tarde, veio a converter-se. Hoje é um dos personagens centrais do Cl e esteve entre nós para dar um testemunho. É impossível não ficar impressionado com um homem que buscando perceber o que é o homem e qual o sentido da vida e, ao mesmo tempo, generoso com o serviço do povo e da justiça, faz um percurso como este.
Tive a sorte de o ir buscar ao Porto e de conversar muito tempo sobre esses "anos de chumbo" (denominação italiana daqueles tempos de agudo confronto politico e de terrorismo), sobre o tema dos cristãos e da política e muitas outras coisas.
Retenho aqui um passo pequeno da sua exposição, mas que achei uma delícia...contava ele que conheceu Comunhão e Libertação (site italiano: www.comunioneliberazione.org ) pelos jornais. E diz ele, "conhecendo os jornalistas percebi que aquela classificação que eles faziam do movimento como sendo integrista, só podia ter um significado: trata-se de gente que deve estar à procura de que o ideal que seguem, tenha a ver com a vida, com o quotidiano."
Uma delícia de definição de integrismo, ou não? :-)
Foi o diário da acção política de um deputado do PSD, eleito por Braga, e agora é-o de um cidadão que desejando contribuir activamente para a organização do bem comum, procura invadir esse âmbito (da política) com aquele gosto de vida nova que caracteriza a experiência cristã. O título "POR CAUSA DELE" faz referência ao manifesto com o mesmo título, de Comunhão e Libertação, publicado em Janeiro de 2003 (e incluído no Blog).
quinta-feira, julho 27, 2006
Uma deliciosa definição de Integrismo! :-)
quarta-feira, julho 26, 2006
Petição referendo PMA e projecto lei: uma dúvida comum
Num comentário a um post sobre a situação da nossa Petição pro-referendo da Procriação Artificial, uma pessoa, que terá subscrito a mesma, pergunta ou observa:
"Fiquei com uma dúvida. Anexaram um novo projecto lei ás assinaturas?Será ético e honesto fazer isso?Eu não assinei nenhum projecto lei nem faço ideia em que consiste. Que direito têm de usar o meu nome num documento que não subscrevi?
7:43 PM "
Como a dúvida vai ser frequente e sobretudo já esgrimida pelos inimigos de que a nossa Petição chegue a ser apreciada em plenário (porque lhes "custa muito" votar contrariamente em plenário a um pedido popular de referendo ou porque estupidamente, refiro-me ao PSD, pensam que aprovar um pedido de referendo é o mesmo que dar uma determinada resposta no assunto [toscos...!]), vale a pena tentar dar uma breve resposta:
1. Existem duas formas de o povo pedir um referendo em Portugal. Uma é "olhe, desculpe, sobre esse assunto que os senhores deputados estão agora a discutir, eu acho que valia a pena fazer um referendo, com estas perguntas" ou, então, "olhe, eu sei que os senhores neste momento não estão a falar sobre este assunto, mas eu gostava de um referendo sobre esta matéria, com estas perguntas, e junto uma proposta de lei [como quem junta, em certas circunstâncias, uma certidão de nascimento, no momento de pedir um Bilhete de Identidade: o pedido é de um BI, mas se eu não juntar uma certidão, o meu pedido não entra];
2. Em ambos os casos (notem bem isto, que é importante), se a dita Petição chegar a plenário, a única coisa sobre a qual os deputados decidem é se aprovam ou não que haja o referendo pedido e com aquelas perguntas. Nada decidem, nada discutem, sobre o projecto de lei apresentado. Está claro, ou não?
3. No caso concreto o Presidente Jaime Gama entendeu (quanto a nós mal) que os senhores deputados não estavam a discutir o assunto quando nós chegámos... A votação foi nesse dia à tarde, seguiu para o PR, foi promulgada, fim de papo.
Mas entendeu que o que movia as pessoas que fizeram e subscreveram a petição foi um desejo forte de que houvesse um referendo com aquelas perguntas. E que os deputados numa manhã breve ou numa tarde sonolenta, se pronunciassem, sobre esse pedido. Para isso, sugeriu-nos esta forma: venham com o mesmo pedido, mas como nós não estamos a discutir, neste momento, a matéria, juntem um projecto de lei. E nós assim fizemos, na maior das tranquilidades.
Quem assinou a Petição (82 mil, senhores, 82 mil!) pediu aos mandatários (que nomeou quando assinou o impresso respectivo, estão lá os nomes) que, em seu nome, tudo fizessem para que o pedido de aquele referendo, com aquelas perguntas, fosse submetido aos senhores deputados. E é isso que vai acontecer.
4. Mas há mais: para que não houvesse confusões não inventámos nenhum projecto de lei. Pegámos no decreto (na lei) aprovado na Assembleia da República, e limitámo-nos a mexer (ou suprimir e aditar) os artigos que estão em relação com as perguntas formuladas (e pedidas pelas 82 mil pessoas) e demos-lhe apenas redacção contrária à actualmente existente. Assim, quando houver o referendo, se as pessoas responderem "sim" a redacção continua a da actual lei. Se responderem "não" o parlamento é livre de decidir como o faz reflectir numa nova lei. No máximo, e nesse caso, o nosso projecto é uma ajuda (se e quando os deputados o quiserem). Está claro o conceito, ou não? :-)
Por favor não hesitem em continuar a perguntar por esta questão. Eu próprio, que não sendo uma "luminária", pelo menos de referendos e pedidos do mesmo, já vou entendendo qualquer coisa, levei "séculos" a perceber isto. Que repito: o projecto lei entregue é apenas instrumental daquilo para que estamos mandatados pelos 82 mil subscritores: pedir um referendo a questões postas pela procriação artificial, com aquelas três perguntas.
"Fiquei com uma dúvida. Anexaram um novo projecto lei ás assinaturas?Será ético e honesto fazer isso?Eu não assinei nenhum projecto lei nem faço ideia em que consiste. Que direito têm de usar o meu nome num documento que não subscrevi?
7:43 PM "
Como a dúvida vai ser frequente e sobretudo já esgrimida pelos inimigos de que a nossa Petição chegue a ser apreciada em plenário (porque lhes "custa muito" votar contrariamente em plenário a um pedido popular de referendo ou porque estupidamente, refiro-me ao PSD, pensam que aprovar um pedido de referendo é o mesmo que dar uma determinada resposta no assunto [toscos...!]), vale a pena tentar dar uma breve resposta:
1. Existem duas formas de o povo pedir um referendo em Portugal. Uma é "olhe, desculpe, sobre esse assunto que os senhores deputados estão agora a discutir, eu acho que valia a pena fazer um referendo, com estas perguntas" ou, então, "olhe, eu sei que os senhores neste momento não estão a falar sobre este assunto, mas eu gostava de um referendo sobre esta matéria, com estas perguntas, e junto uma proposta de lei [como quem junta, em certas circunstâncias, uma certidão de nascimento, no momento de pedir um Bilhete de Identidade: o pedido é de um BI, mas se eu não juntar uma certidão, o meu pedido não entra];
2. Em ambos os casos (notem bem isto, que é importante), se a dita Petição chegar a plenário, a única coisa sobre a qual os deputados decidem é se aprovam ou não que haja o referendo pedido e com aquelas perguntas. Nada decidem, nada discutem, sobre o projecto de lei apresentado. Está claro, ou não?
3. No caso concreto o Presidente Jaime Gama entendeu (quanto a nós mal) que os senhores deputados não estavam a discutir o assunto quando nós chegámos... A votação foi nesse dia à tarde, seguiu para o PR, foi promulgada, fim de papo.
Mas entendeu que o que movia as pessoas que fizeram e subscreveram a petição foi um desejo forte de que houvesse um referendo com aquelas perguntas. E que os deputados numa manhã breve ou numa tarde sonolenta, se pronunciassem, sobre esse pedido. Para isso, sugeriu-nos esta forma: venham com o mesmo pedido, mas como nós não estamos a discutir, neste momento, a matéria, juntem um projecto de lei. E nós assim fizemos, na maior das tranquilidades.
Quem assinou a Petição (82 mil, senhores, 82 mil!) pediu aos mandatários (que nomeou quando assinou o impresso respectivo, estão lá os nomes) que, em seu nome, tudo fizessem para que o pedido de aquele referendo, com aquelas perguntas, fosse submetido aos senhores deputados. E é isso que vai acontecer.
4. Mas há mais: para que não houvesse confusões não inventámos nenhum projecto de lei. Pegámos no decreto (na lei) aprovado na Assembleia da República, e limitámo-nos a mexer (ou suprimir e aditar) os artigos que estão em relação com as perguntas formuladas (e pedidas pelas 82 mil pessoas) e demos-lhe apenas redacção contrária à actualmente existente. Assim, quando houver o referendo, se as pessoas responderem "sim" a redacção continua a da actual lei. Se responderem "não" o parlamento é livre de decidir como o faz reflectir numa nova lei. No máximo, e nesse caso, o nosso projecto é uma ajuda (se e quando os deputados o quiserem). Está claro o conceito, ou não? :-)
Por favor não hesitem em continuar a perguntar por esta questão. Eu próprio, que não sendo uma "luminária", pelo menos de referendos e pedidos do mesmo, já vou entendendo qualquer coisa, levei "séculos" a perceber isto. Que repito: o projecto lei entregue é apenas instrumental daquilo para que estamos mandatados pelos 82 mil subscritores: pedir um referendo a questões postas pela procriação artificial, com aquelas três perguntas.
domingo, julho 23, 2006
Referendo PMA. Dois meses depois: fomos admitidos!
Dois meses depois de termos entregue a nossa Iniciativa Popular de Referendo, a mesma foi finalmente admitida pelo Presidente da Assembleia da República. Em Setembro lá estaremos para defender com convicção que a lei aprovada pelo parlamento deve ser submetida a referendo porque o assunto é sério de mais para que fique só confiado aos senhores deputados.
Entretanto as (poucas) novidades estarão em www.referendo-pma.org .
Uma das notícias (in http://jn.sapo.pt/2006/07/21/nacional/gama_aceitou_peticao_para_referendo.html) dizia assim:
Gama aceitou petição para referendo
O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, justificou ontem ter admitido a petição que pede um referendo sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA) para "não obstaculizar" uma iniciativa legal de cidadãos e permitir a sua discussão política. "Não faria sentido indeferir a admissibilidade uma vez respeitadas as formalidades legais", sublinhou Jaime Gama, em declarações aos jornalistas no Parlamento. Para o Presidente da Assembleia da República, rejeitar a petição subscrita por mais de 70 mil cidadãos seria "usar um procedimento administrativo inaceitável". "Por um lado, obstaculizaria o direito constitucional de iniciativa popular e, por outro, impediria os deputados de, na Assembleia da República, proceder à discussão da matéria pelo seu mérito próprio", explicou. Num despacho assinado terça-feira, Jaime Gama admitiu a petição que pede um referendo sobre PMA, quase dois meses depois desta ter sido entregue no Parlamento, a 25 de Maio. O processo está agora na Comissão de Saúde, que reuniu anteontem mas não teve tempo para iniciar as diligências necessárias.
Entretanto as (poucas) novidades estarão em www.referendo-pma.org .
Uma das notícias (in http://jn.sapo.pt/2006/07/21/nacional/gama_aceitou_peticao_para_referendo.html) dizia assim:
Gama aceitou petição para referendo
O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, justificou ontem ter admitido a petição que pede um referendo sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA) para "não obstaculizar" uma iniciativa legal de cidadãos e permitir a sua discussão política. "Não faria sentido indeferir a admissibilidade uma vez respeitadas as formalidades legais", sublinhou Jaime Gama, em declarações aos jornalistas no Parlamento. Para o Presidente da Assembleia da República, rejeitar a petição subscrita por mais de 70 mil cidadãos seria "usar um procedimento administrativo inaceitável". "Por um lado, obstaculizaria o direito constitucional de iniciativa popular e, por outro, impediria os deputados de, na Assembleia da República, proceder à discussão da matéria pelo seu mérito próprio", explicou. Num despacho assinado terça-feira, Jaime Gama admitiu a petição que pede um referendo sobre PMA, quase dois meses depois desta ter sido entregue no Parlamento, a 25 de Maio. O processo está agora na Comissão de Saúde, que reuniu anteontem mas não teve tempo para iniciar as diligências necessárias.
Igreja Católica: 2000 anos de bem e caridade!
Uma coisa que me impressiona na malta que fala mal da Igreja é que me parece aqueles que olhando para uma gigantesca tela branca só se detêm na pequenissima mancha que o pano tem...falam (e mal e a despropósito e de uma forma ignorante) de inquisição, cruzadas e outras, na sua perspectiva, "maldades" e não têm uma palavra para 2000 anos de bem, caridade, amor ao próximo que são a totalidade da tela...!
Vem isto a propósito de um comentário recebido de uma amiga a uma notícia da Zenit ou da Ecclesia sobreo facto de o Santuário de Fátima se oferecer para dar férias aos pais de crianças deficientes, ficando a tomar conta destas. Onde, senão na Igreja, no encontro com Cristo, aqueles que se voluntariam, encontraram o ânimo para esta caridade? hein?
A notícia e o comentário são estes:
"Que notícia tão boa esta.
Preparo-me para ir de férias e já tinha pensado como tudo era tão diferente no tempo da Constança caso ela não viesse connosco - deixar tudo preparado em casa, remédios, alimentação, roupas, e as combinações todas com a empresa de enfermagem que ficava a tomar conta dela - era um mundo de coisas. Lembro-me também de pensar nessa altura que muitos pais não teriam possibilidade de ter uns dias de férias como nós tínhamos.
Por isso me alegrou tanto, comoveu mesmo, esta notícia, que certamente vai ser uma coisa muito boa para quem Deus deu esta missão grande mas cansativa de cuidar dos seus filhos doentes,sem um dia de descanso.
Rezo por todas as pessoas que tornam possível este gesto, pelas mães e pelos pais das crianças doentes.
Maria Leonor Aguiar Pinto
----- Original Message -----
From:
To:
Sent: Friday, July 21, 2006 4:30 PM
Subject: Santuário de Fátima oferece período de férias a mães com filhos deficientes
Santuário de Fátima oferece período de férias a mães com filhos deficientes
FÁTIMA, sexta-feira, 14 de julho de 2006 (ZENIT.org).-
O Santuário de Fátima oferece neste mês de agosto alguns dias de descanso a mães com filhos deficientes e também um período de férias diferentes aos próprios filhos. As mães que têm filhos deficientes dos 14 anos em diante podem vir de 20 a 25 de agosto ao Santuário. Já as mães que têm filhos deficientes entre os 7 e os 14 anos podem vir de 25 a 31 de agosto. Para desfrutar do período de descanso, é necessário inscrever-se no Movimento da Mensagem de Fátima 2496-908 FÁTIMA, até ao dia 10 de agosto. Todas as despesas serão pagas pelo Santuário. As mães podem trazer os filhos e irem-se embora, ou podem ficar com eles. Ao chegarem ao Santuário de Fátima, dirijam-se às 11 horas para o Posto de Socorros, e daí seguirão para a Casa dos Silenciosos Operários da Cruz, perto do lugar de Aljustrel, terra natal dos Pastorinhos. "
Vem isto a propósito de um comentário recebido de uma amiga a uma notícia da Zenit ou da Ecclesia sobreo facto de o Santuário de Fátima se oferecer para dar férias aos pais de crianças deficientes, ficando a tomar conta destas. Onde, senão na Igreja, no encontro com Cristo, aqueles que se voluntariam, encontraram o ânimo para esta caridade? hein?
A notícia e o comentário são estes:
"Que notícia tão boa esta.
Preparo-me para ir de férias e já tinha pensado como tudo era tão diferente no tempo da Constança caso ela não viesse connosco - deixar tudo preparado em casa, remédios, alimentação, roupas, e as combinações todas com a empresa de enfermagem que ficava a tomar conta dela - era um mundo de coisas. Lembro-me também de pensar nessa altura que muitos pais não teriam possibilidade de ter uns dias de férias como nós tínhamos.
Por isso me alegrou tanto, comoveu mesmo, esta notícia, que certamente vai ser uma coisa muito boa para quem Deus deu esta missão grande mas cansativa de cuidar dos seus filhos doentes,sem um dia de descanso.
Rezo por todas as pessoas que tornam possível este gesto, pelas mães e pelos pais das crianças doentes.
Maria Leonor Aguiar Pinto
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Sent: Friday, July 21, 2006 4:30 PM
Subject: Santuário de Fátima oferece período de férias a mães com filhos deficientes
Santuário de Fátima oferece período de férias a mães com filhos deficientes
FÁTIMA, sexta-feira, 14 de julho de 2006 (ZENIT.org).-
O Santuário de Fátima oferece neste mês de agosto alguns dias de descanso a mães com filhos deficientes e também um período de férias diferentes aos próprios filhos. As mães que têm filhos deficientes dos 14 anos em diante podem vir de 20 a 25 de agosto ao Santuário. Já as mães que têm filhos deficientes entre os 7 e os 14 anos podem vir de 25 a 31 de agosto. Para desfrutar do período de descanso, é necessário inscrever-se no Movimento da Mensagem de Fátima 2496-908 FÁTIMA, até ao dia 10 de agosto. Todas as despesas serão pagas pelo Santuário. As mães podem trazer os filhos e irem-se embora, ou podem ficar com eles. Ao chegarem ao Santuário de Fátima, dirijam-se às 11 horas para o Posto de Socorros, e daí seguirão para a Casa dos Silenciosos Operários da Cruz, perto do lugar de Aljustrel, terra natal dos Pastorinhos. "
quinta-feira, julho 20, 2006
Igualdade de género e I Dove You
Leio o decreto-lei sobre a Rede Social e lá está a "praga" das políticas de género...!
Claramente um género de discurso, para o qual não há pachorra... :-)
Mas depois leio a magnifica newletter das Mulheres em Acção e dou com o excelente artigo "I Dove you".
É que realmente é impressionante. Muita conversa de género mas uma sociedade onde a mulher cada vez é mais escravizada pelo aborto, pelo erotismo, pelos padrões publicitários. Ainda bem que há mulheres que ainda pensam claro e que gostam mais delas próprias que as esganiçadas da igualdade de género...
Quanto às campanhas da Dove, eu que nunca comprei nada de produtos de limpeza, higiene e conforto, ficam a saber: se tiverem coisas para homens (espuma da barba, pastas de dentes, desodorizante ou aftershave) contam comigo!
Até que enfim, uma campanha feita para gente que existe, que gosta de si mesmo tal como é e que percebe que a beleza não é uma coisa abstracta e feita de mais do que linhas de desenho!
Claramente um género de discurso, para o qual não há pachorra... :-)
Mas depois leio a magnifica newletter das Mulheres em Acção e dou com o excelente artigo "I Dove you".
É que realmente é impressionante. Muita conversa de género mas uma sociedade onde a mulher cada vez é mais escravizada pelo aborto, pelo erotismo, pelos padrões publicitários. Ainda bem que há mulheres que ainda pensam claro e que gostam mais delas próprias que as esganiçadas da igualdade de género...
Quanto às campanhas da Dove, eu que nunca comprei nada de produtos de limpeza, higiene e conforto, ficam a saber: se tiverem coisas para homens (espuma da barba, pastas de dentes, desodorizante ou aftershave) contam comigo!
Até que enfim, uma campanha feita para gente que existe, que gosta de si mesmo tal como é e que percebe que a beleza não é uma coisa abstracta e feita de mais do que linhas de desenho!
Bush e células estaminais embrionárias: matar é errado!
"É muito simples, ele [Bush] pensa que matar é errado".
Com esta frase explicou o porta-voz da Casa Branca a decisão do Presidente Bush de vetar a decisão do Senado dos Estados Unidos no sentido de permitir o financiamento federal de experiências científicas com recurso a culturas de células estaminais embrionárias (o que destrói os embriões de onde elas são retiradas).
Num tempo confuso, é de saudar que alguém perceba o que está em jogo.
Nesta história das células estaminais embrionárias há três pontos que é preciso repetir à exaustão:
1. Ao obter estas células é destruído o embrião humano. Isto é, um ser humano. Matar para fazer experiências científicas já foi feito durante a segunda grande guerra e creio ninguém quer repetir a experiência...
2. Não existem curas para certas doenças a partir da utilização destas células. Existem hipóteses científicas que carecem de demonstração, racíocinios probabilisticos, desejo de ver se é assim. Neste momento e nesse campo estamos nos primórdios.
3. Existe outro caminho para o mesmo resultado (se ele for possível): a utilização de células estaminais adultas (que inclusivamente já se conseguiu fazer regredir até ao estádio comparável às embrionárias). Embora também nos primórdios, as experiências existentes estão mais avançadas e com mais sucesso que as anteriores.
Seja como for: matar é errado, como muito bem disse o Presidente Bush.
Uma nota para prevenir discussões escusadas: em tempo próprio pronunciei-me contra a guerra no Iraque. No parlamento, inclusivamente, escrevi uma carta a todos os deputados enviando um texto sobre o mesmo assunto de D. Giussani (que não tenho agora aqui, mas colocarei no Blog). Nesse ponto estou com o Papa de então.
Com esta frase explicou o porta-voz da Casa Branca a decisão do Presidente Bush de vetar a decisão do Senado dos Estados Unidos no sentido de permitir o financiamento federal de experiências científicas com recurso a culturas de células estaminais embrionárias (o que destrói os embriões de onde elas são retiradas).
Num tempo confuso, é de saudar que alguém perceba o que está em jogo.
Nesta história das células estaminais embrionárias há três pontos que é preciso repetir à exaustão:
1. Ao obter estas células é destruído o embrião humano. Isto é, um ser humano. Matar para fazer experiências científicas já foi feito durante a segunda grande guerra e creio ninguém quer repetir a experiência...
2. Não existem curas para certas doenças a partir da utilização destas células. Existem hipóteses científicas que carecem de demonstração, racíocinios probabilisticos, desejo de ver se é assim. Neste momento e nesse campo estamos nos primórdios.
3. Existe outro caminho para o mesmo resultado (se ele for possível): a utilização de células estaminais adultas (que inclusivamente já se conseguiu fazer regredir até ao estádio comparável às embrionárias). Embora também nos primórdios, as experiências existentes estão mais avançadas e com mais sucesso que as anteriores.
Seja como for: matar é errado, como muito bem disse o Presidente Bush.
Uma nota para prevenir discussões escusadas: em tempo próprio pronunciei-me contra a guerra no Iraque. No parlamento, inclusivamente, escrevi uma carta a todos os deputados enviando um texto sobre o mesmo assunto de D. Giussani (que não tenho agora aqui, mas colocarei no Blog). Nesse ponto estou com o Papa de então.
Boicote à OPEL
Através de um amigo, recebi este apelo de um Manuel Ribeiro que não conheço. Mas partilho a ideia: se a Opel não gosta de Portugal, não há razões para os portugueses gostarem da Opel...
Dito isto ocorre-me que a cadeia de venda da Opel também tem portugueses a trabalhar, pelo que se nenhum português comprasse Opel, estes também iriam parar ao desemprego...Ooops!
Isto é bem exemplificativo do que se passa na política: uma ideia aparentemente boa, tem sempre consequências indesejadas...é isto que é tramado!
Apesar de tudo, reproduzo o apelo:
"A postura da Opel e o seu abandono das instalações em Portugal, deixando centenas de pessoas no desemprego, é um comportamento inaceitável.
O Governo português vai fazer accionar e muito bem todos os mecanismos legais de modo a sancionar este comportamento e devolver ao Estado Português todos os incentivos recebidos.
Considero que todos devemos apoiar esta medida.
Os portugueses têm dado exemplos magníficos de união como exemplo a movimentação para o Euro e o Mundial.
Aproveitemos esse movimento, façamos uma cadeia para demonstrar a nossa força: façamos correr por todos os nossos contactos esta mensagem:
OS PORTUGUESES NÃO COMPRAM AUTOMÓVEIS OPEL!
Talvez assim, apesar de sermos pequenos no mercado ibérico, motivo pelo qual se mudam para Espanha, sirva de exemplo para esta e outras empresas com estes comportamentos.
Os trabalhadores da Opel e suas famílias precisam da tua ajuda.
ENVIA ESTA MENSAGEM a todos os teus contactos!
Manuel F. Ribeiro
(AbaNação)"
Dito isto ocorre-me que a cadeia de venda da Opel também tem portugueses a trabalhar, pelo que se nenhum português comprasse Opel, estes também iriam parar ao desemprego...Ooops!
Isto é bem exemplificativo do que se passa na política: uma ideia aparentemente boa, tem sempre consequências indesejadas...é isto que é tramado!
Apesar de tudo, reproduzo o apelo:
"A postura da Opel e o seu abandono das instalações em Portugal, deixando centenas de pessoas no desemprego, é um comportamento inaceitável.
O Governo português vai fazer accionar e muito bem todos os mecanismos legais de modo a sancionar este comportamento e devolver ao Estado Português todos os incentivos recebidos.
Considero que todos devemos apoiar esta medida.
Os portugueses têm dado exemplos magníficos de união como exemplo a movimentação para o Euro e o Mundial.
Aproveitemos esse movimento, façamos uma cadeia para demonstrar a nossa força: façamos correr por todos os nossos contactos esta mensagem:
OS PORTUGUESES NÃO COMPRAM AUTOMÓVEIS OPEL!
Talvez assim, apesar de sermos pequenos no mercado ibérico, motivo pelo qual se mudam para Espanha, sirva de exemplo para esta e outras empresas com estes comportamentos.
Os trabalhadores da Opel e suas famílias precisam da tua ajuda.
ENVIA ESTA MENSAGEM a todos os teus contactos!
Manuel F. Ribeiro
(AbaNação)"
terça-feira, julho 18, 2006
Holanda: permitido partido pedófilo...!
Nem podia, no ambiente cultural da Holanda, deixar de ser...portugueses, percatem-se!
Ah, claro, também inclui os direitos dos animais...
A notícia vinha no DN e diz assim:
Juiz holandês permite criação do Partido do Amor Fraternal
Maria João Caetano
Que a idade do consentimento para uma relação sexual baixe dos 16 para os 12 anos. Que a televisão possa exibir pornografia a qualquer hora. Que os jovens de 16 anos já possam exercer a prostituição. Que a nudez seja livre. Que a instituição do casamento seja abolida. As propostas do Partido do Amor Fraternal, Liberdade e Diversidade (PNVD, no original) são polémicas até mesmo na liberal Holanda. Mas, perante a oposição colocada por um grupo de cidadãos mais conservadores, o juiz HFN Hofhuis decidiu ontem que o PNVD tem tanto direito a existir como qualquer outro partido.
"Criar o partido é possível, a questão agora é saber se conseguimos os votos suficientes para chegar ao Parlamento", desabafa Marthijn Uittenbogaard, 34 anos, um dos fundadores, contactado pelo DN. Antes de poder concorrer às eleições nacionais de 22 de Novembro, o PNVD terá de recolher assinaturas de 30 apoiantes e pagar uma "taxa de inscrição" de 12 mil euros, que será devolvida no caso de conseguirem um lugar no Parlamento. Sondagens afirmam que o PNVD não obteria mais de mil votos, muito aquém dos 60 mil necessários.
Fundado em Maio por três homens que assumem publicamente preferir ter relações com adolescentes, o PNVD defende a cidadania completa aos 12 anos, o que inclui não só ter relações sexuais como poder votar, jogar, viver sozinho ou usar drogas leves. Uittenbogaard não considera nada disto chocante e não teme as opiniões contrárias: "Quem não concordar vota noutro partido, é simples." Mas explica que o PNVD tem outras preocupações e defende também, por exemplo, a proibição de escolas religiosas, a criminalização da morte de animais, mesmo que para a alimentação, e a abolição do Senado.
"Acreditamos que a Holanda está pronta para o nosso partido", afirma Marthijn Uittenbogaard. "E, se conseguirmos ir para a frente, queremos mostrar ao resto da Europa que é importante defender a liberdade. Neste momento não há nenhum partido verdadeiramente liberal. E faz muita falta."
Ah, claro, também inclui os direitos dos animais...
A notícia vinha no DN e diz assim:
Juiz holandês permite criação do Partido do Amor Fraternal
Maria João Caetano
Que a idade do consentimento para uma relação sexual baixe dos 16 para os 12 anos. Que a televisão possa exibir pornografia a qualquer hora. Que os jovens de 16 anos já possam exercer a prostituição. Que a nudez seja livre. Que a instituição do casamento seja abolida. As propostas do Partido do Amor Fraternal, Liberdade e Diversidade (PNVD, no original) são polémicas até mesmo na liberal Holanda. Mas, perante a oposição colocada por um grupo de cidadãos mais conservadores, o juiz HFN Hofhuis decidiu ontem que o PNVD tem tanto direito a existir como qualquer outro partido.
"Criar o partido é possível, a questão agora é saber se conseguimos os votos suficientes para chegar ao Parlamento", desabafa Marthijn Uittenbogaard, 34 anos, um dos fundadores, contactado pelo DN. Antes de poder concorrer às eleições nacionais de 22 de Novembro, o PNVD terá de recolher assinaturas de 30 apoiantes e pagar uma "taxa de inscrição" de 12 mil euros, que será devolvida no caso de conseguirem um lugar no Parlamento. Sondagens afirmam que o PNVD não obteria mais de mil votos, muito aquém dos 60 mil necessários.
Fundado em Maio por três homens que assumem publicamente preferir ter relações com adolescentes, o PNVD defende a cidadania completa aos 12 anos, o que inclui não só ter relações sexuais como poder votar, jogar, viver sozinho ou usar drogas leves. Uittenbogaard não considera nada disto chocante e não teme as opiniões contrárias: "Quem não concordar vota noutro partido, é simples." Mas explica que o PNVD tem outras preocupações e defende também, por exemplo, a proibição de escolas religiosas, a criminalização da morte de animais, mesmo que para a alimentação, e a abolição do Senado.
"Acreditamos que a Holanda está pronta para o nosso partido", afirma Marthijn Uittenbogaard. "E, se conseguirmos ir para a frente, queremos mostrar ao resto da Europa que é importante defender a liberdade. Neste momento não há nenhum partido verdadeiramente liberal. E faz muita falta."
segunda-feira, julho 17, 2006
Depois do aborto, eutanásia e casamento de homossexuais, a pedofilia...
Eu sei que às vezes, nós os conservadores, parecemos um bocadinho trágicos e que vemos perigos onde não existem e consequências onde não as há...uma cambada de exagerados!
Mas esta notícia da Holanda é apenas uma entre muitas das confirmações que abrindo a caixa de pandora, não há limites.
E não vejo como com o argumentário que usam os "modernos" (saúde pública, tolerância, direito de escolha, clandestino versus legal, opressão religiosa, preconceitos e tabus, livre consentimento, etc.) como é que vão os tribunais e leis holandesas, livrar-se destes que querem um partido que defenda a pedofilia...!?
Vejam só esta notícia (da Lusa, senhores, da Lusa, não é de nenhuma fonte "suspeita"...):
Holanda: Tribunal decide hoje se pedófilos podem criar partido político
Haia, 17 Jul (Lusa) - Um tribunal do distrito de Haia decide
hoje se um grupo de pedófilos assumidos tem o direito a formar um
partido político, no mais recente teste à tolerância na Holanda.
Oponentes à formação do partido pediram ao Tribunal do distrito
de Haia para não deixar o partido apresentar-se às próximas eleições
legislativas, marcadas para 22 de Novembro, alegando que as crianças
têm o direito a não ser confrontadas com a existência do partido.
O PNVD, iniciais para Amor Fraternal, Liberdade e Diversidade,
defende a legalização de relações sexuais entre adultos e crianças
com mais de 12 anos.
O anúncio da existência do partido em Maio último gerou uma onda
de revolta, mas o ministério Público recusou acusar os membros do
PNVD alegando que esta decisão poderia constituir uma ameaça à ordem
pública.
Um advogado dos oponentes do PNVD, Anke de Wijn, defendeu que os
pedófilos estão a abusar da tolerância holandesa.
Qualquer que seja a decisão de hoje do Tribunal distrital de
Haia, o partido não parece ter hipóteses de obter um lugar que seja
no Parlamento porque, segundo as sondagens, não obteria mais que
1.000 votos, muito aquém dos 60.000 votos necessários para a eleição
de um deputado no Parlamento holandês.
A idade mínima legal de consentimento de relações sexuais de
crianças com adultos varia conforme os países, sendo na Holanda e na
maioria dos países da União Europeia de 16 anos.
No Canadá, por exemplo, a idade permitida é de 14 anos.
MC.
Lusa/Fim
Mas esta notícia da Holanda é apenas uma entre muitas das confirmações que abrindo a caixa de pandora, não há limites.
E não vejo como com o argumentário que usam os "modernos" (saúde pública, tolerância, direito de escolha, clandestino versus legal, opressão religiosa, preconceitos e tabus, livre consentimento, etc.) como é que vão os tribunais e leis holandesas, livrar-se destes que querem um partido que defenda a pedofilia...!?
Vejam só esta notícia (da Lusa, senhores, da Lusa, não é de nenhuma fonte "suspeita"...):
Holanda: Tribunal decide hoje se pedófilos podem criar partido político
Haia, 17 Jul (Lusa) - Um tribunal do distrito de Haia decide
hoje se um grupo de pedófilos assumidos tem o direito a formar um
partido político, no mais recente teste à tolerância na Holanda.
Oponentes à formação do partido pediram ao Tribunal do distrito
de Haia para não deixar o partido apresentar-se às próximas eleições
legislativas, marcadas para 22 de Novembro, alegando que as crianças
têm o direito a não ser confrontadas com a existência do partido.
O PNVD, iniciais para Amor Fraternal, Liberdade e Diversidade,
defende a legalização de relações sexuais entre adultos e crianças
com mais de 12 anos.
O anúncio da existência do partido em Maio último gerou uma onda
de revolta, mas o ministério Público recusou acusar os membros do
PNVD alegando que esta decisão poderia constituir uma ameaça à ordem
pública.
Um advogado dos oponentes do PNVD, Anke de Wijn, defendeu que os
pedófilos estão a abusar da tolerância holandesa.
Qualquer que seja a decisão de hoje do Tribunal distrital de
Haia, o partido não parece ter hipóteses de obter um lugar que seja
no Parlamento porque, segundo as sondagens, não obteria mais que
1.000 votos, muito aquém dos 60.000 votos necessários para a eleição
de um deputado no Parlamento holandês.
A idade mínima legal de consentimento de relações sexuais de
crianças com adultos varia conforme os países, sendo na Holanda e na
maioria dos países da União Europeia de 16 anos.
No Canadá, por exemplo, a idade permitida é de 14 anos.
MC.
Lusa/Fim
sexta-feira, julho 14, 2006
Casa do Gaiato: belíssima Nota dos Bispos portugueses
No cinquentenário da morte do Padre Américo
Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa
Completam-se no próximo dia 16 de Julho cinquenta anos sobre a morte do Padre Américo Monteiro de Aguiar, significativamente conhecido pelo simples nome de “Padre Américo”.
Este homem, que poderia ter singrado numa promissora carreira comercial na África do Sul, vivenciou uma conversão radical a Deus e ao serviço dos pobres, conversão que o levou a ordenar-se padre aos 36 anos, entregando-se desde logo a visitar cadeias, hospitais e os tugúrios de famílias marginalizadas que abundavam em recantos e bairros de lata das nossas principais cidades.
Para estas lança a cadeia de construção que foi o “Património dos Pobres” e para o amparo de doentes incuráveis cria o recolhimento do “Calvário”. A sua genial iniciativa, porém, foi a “Obra da Rua”, destinada a acolher e promover rapazes desamparados. Contam-se por muitas centenas aqueles que, formados no calor cristão e familiar desta escola de vida, estão hoje em lugares de destaque na sociedade portuguesa.
Dificuldades surgidas em algumas das nove “Casas do Gaiato” e incidentes passageiros, a que a comunicação social deu relevo, deixaram no horizonte interrogações sobre a “Obra da Rua”. Ao evocar agora a figura heróica do Padre Américo, manda a justiça não permitir que algumas breves nuvens obscureçam o brilho do sol, este sol que foi e desejamos continue a ser um modelo inédito de educação da juventude.
Este dever de justiça é ainda uma obrigação de consciência, pois as dificuldades presentes sentidas pelas famílias, escolas e instituições juvenis, relativamente à educação das gerações futuras, pedem-nos que recolhamos as proveitosas lições de um mestre.
O Padre Américo ensinou-nos a acreditar na riqueza de valores que o próprio educando traz em si, o tornam criativo e capaz de responsabilidade; demonstrou-nos o alcance pedagógico do brio na tarefa assumida; acreditou na transformação pessoal a partir da liberdade progressivamente experimentada. Estes proveitos e outros se exprimem no lema com que intitulou as suas casas, onde a porta está sempre aberta: “Obra de rapazes, para rapazes, pelos rapazes”.
A raiz destes princípios é o amor evangélico aos mesmos rapazes. Este Padre, que encarnou concretamente a sua missão de Pai, estruturou cada uma das “Casas do Gaiato” sobre o amor generoso e sem condicionantes dos Padres que o continuaram, aos educandos, vindos de situações familiares e sociais deploráveis. Igual amor sem limites e sem aplausos ele o tem como certo também na multidão de apoiantes e benfeitores, de quem nunca recebia doações por morte ou com aplausos publicitados.
Ao assinalarmos a vida e a obra deste grande Padre, que nos deixou há cinquenta anos, queremos manifestar aos “Padres da Rua”, sacerdotes que agora dão corpo ao sonho inicial, o nosso apreço, a nossa gratidão e o nosso propósito de ajuda.
Como todas as instituições humanas, também a “Obra da Rua” sofrerá a evolução do tempo com a inevitável mudança de condições e a desejável melhoria de métodos. Interessados em prosseguir este caminho, nas naturais variantes que assumirá, pedimos aos cristãos que permaneçam fiéis no seu carinho e na ajuda a esta jóia da Igreja no nosso país e em terras africanas.
A todos os portugueses, decerto preocupados com os actuais problemas da educação e com o número porventura crescente de crianças em situação familiar de risco e desamparo, lembramos que a experiência pedagógica do Padre Américo continua um manancial a integrar em formas adaptadas às instituições sociais mais recentes.Que Deus nos ajude a recolher as suas riquezas, validamente pedagógicas e profundamente cristãs.
Lisboa, 13 de Julho de 2006
Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa.
Documentos Conferência Episcopal Portuguesa 13/07/2006 17:47 3693 Caracteres
Copyright© Agência Ecclesia
Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa
Completam-se no próximo dia 16 de Julho cinquenta anos sobre a morte do Padre Américo Monteiro de Aguiar, significativamente conhecido pelo simples nome de “Padre Américo”.
Este homem, que poderia ter singrado numa promissora carreira comercial na África do Sul, vivenciou uma conversão radical a Deus e ao serviço dos pobres, conversão que o levou a ordenar-se padre aos 36 anos, entregando-se desde logo a visitar cadeias, hospitais e os tugúrios de famílias marginalizadas que abundavam em recantos e bairros de lata das nossas principais cidades.
Para estas lança a cadeia de construção que foi o “Património dos Pobres” e para o amparo de doentes incuráveis cria o recolhimento do “Calvário”. A sua genial iniciativa, porém, foi a “Obra da Rua”, destinada a acolher e promover rapazes desamparados. Contam-se por muitas centenas aqueles que, formados no calor cristão e familiar desta escola de vida, estão hoje em lugares de destaque na sociedade portuguesa.
Dificuldades surgidas em algumas das nove “Casas do Gaiato” e incidentes passageiros, a que a comunicação social deu relevo, deixaram no horizonte interrogações sobre a “Obra da Rua”. Ao evocar agora a figura heróica do Padre Américo, manda a justiça não permitir que algumas breves nuvens obscureçam o brilho do sol, este sol que foi e desejamos continue a ser um modelo inédito de educação da juventude.
Este dever de justiça é ainda uma obrigação de consciência, pois as dificuldades presentes sentidas pelas famílias, escolas e instituições juvenis, relativamente à educação das gerações futuras, pedem-nos que recolhamos as proveitosas lições de um mestre.
O Padre Américo ensinou-nos a acreditar na riqueza de valores que o próprio educando traz em si, o tornam criativo e capaz de responsabilidade; demonstrou-nos o alcance pedagógico do brio na tarefa assumida; acreditou na transformação pessoal a partir da liberdade progressivamente experimentada. Estes proveitos e outros se exprimem no lema com que intitulou as suas casas, onde a porta está sempre aberta: “Obra de rapazes, para rapazes, pelos rapazes”.
A raiz destes princípios é o amor evangélico aos mesmos rapazes. Este Padre, que encarnou concretamente a sua missão de Pai, estruturou cada uma das “Casas do Gaiato” sobre o amor generoso e sem condicionantes dos Padres que o continuaram, aos educandos, vindos de situações familiares e sociais deploráveis. Igual amor sem limites e sem aplausos ele o tem como certo também na multidão de apoiantes e benfeitores, de quem nunca recebia doações por morte ou com aplausos publicitados.
Ao assinalarmos a vida e a obra deste grande Padre, que nos deixou há cinquenta anos, queremos manifestar aos “Padres da Rua”, sacerdotes que agora dão corpo ao sonho inicial, o nosso apreço, a nossa gratidão e o nosso propósito de ajuda.
Como todas as instituições humanas, também a “Obra da Rua” sofrerá a evolução do tempo com a inevitável mudança de condições e a desejável melhoria de métodos. Interessados em prosseguir este caminho, nas naturais variantes que assumirá, pedimos aos cristãos que permaneçam fiéis no seu carinho e na ajuda a esta jóia da Igreja no nosso país e em terras africanas.
A todos os portugueses, decerto preocupados com os actuais problemas da educação e com o número porventura crescente de crianças em situação familiar de risco e desamparo, lembramos que a experiência pedagógica do Padre Américo continua um manancial a integrar em formas adaptadas às instituições sociais mais recentes.Que Deus nos ajude a recolher as suas riquezas, validamente pedagógicas e profundamente cristãs.
Lisboa, 13 de Julho de 2006
Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa.
Documentos Conferência Episcopal Portuguesa 13/07/2006 17:47 3693 Caracteres
Copyright© Agência Ecclesia
terça-feira, julho 11, 2006
A promulgação pelo Presidente da lei da Procriação Artificial
A promulgação pelo Presidente da República do diploma da PMA suscita estas primeiras notas:
1. O PR (como antes aconteceu com o Presidente da AR) trata o grupo de cidadãos da Iniciativa Popular de Referendo, com respeito. O mesmo não se pode dizer da esquerda parlamentar (que sempre tem votado contra a admissão da nossa petição) nem dos partidos que até hoje ainda não nos receberam (PS, BE e PEV) ou do Deputado Manuel Alegre a quem pedimos uma audiência na sequência das declarações que este vem fazendo de apreço pelos movimentos de cidadãos...
2. Também respeito não é coisa de que possa ser acusado o Ministro da Saúde (o que aliás é coerente com a sua classificação como "irrelevante" da nossa petição [como se pôde ver em 1974 o Dr. Correia de Campos é mais adepto da democracia popular, do que da democracia dita formal ou burguesa... ;-) a quem o Primeiro-Ministro encarregou que nos recebesse em nome do Governo...
3. Esta forma de promulgação é uma forma nova e pedagógica de fazer política cujo alcance é preciso e que penso é saudável e louvável.
Na verdade, ao subordinar a regulamentação aos princípios que enuncia (de protecção da vida humana embrionária, de preservação da sua dignidade, e de coerência dos preceitos com a lei constitucional e a Convenção de Oviedo) o Senhor Presidente da República supre muitas das incoerências, imprecisões e lacunas, que na lei resultaram da falta de debate público, sem falar da formulação inábil e impensada da composição do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (em que, repare-se!, não se previu nenhuma representação de instituições tão "dispensáveis" como as Ordens dos Médicos e dos Advogados ou da Sociedade Portuguesa de Medecina da Reprodução onde se encontram os próprios praticantes daquela arte médica!).
Ou seja, o Presidente da República encontrou forma de assim suprir um trabalho parlamentar a que faltou arte e ciência, debate e bom senso, consenso e moderação, tempo e reflexão.
4. Quanto ao nosso pedido de referendo: "tudo como dantes, quartel-general em Abrantes". Não estando o mesmo dependente da existência de um processo legislativo em curso porque, em virtude do último despacho do PAR, a forma actual corresponde à outra modalidade prevista na lei do referendo, deu ontem entrada o projecto de lei que faltava para o instruir (nesta nova forma) e assim segue para a Comissão de Saúde onde em primeira instância vai ser decidida a sua admissibilidade.
Sem prejuízo claro de continuarmos a pensar que naquela manhã de 25 de Maio, o processo se devia ter suspenso e as votações esperado uma decisão sobre o referendo e que um grupo de deputados radicais e intolerantes (a quem pensa de outra forma) andou a correr com o diploma nas mãos a ver se chegava à meta antes dos cidadãos...
Estamos pois e apenas no início do nosso caminho para que haja em Portugal o referendo que os portugueses querem, os casais inferteis precisam e a procriação artificial merece.
1. O PR (como antes aconteceu com o Presidente da AR) trata o grupo de cidadãos da Iniciativa Popular de Referendo, com respeito. O mesmo não se pode dizer da esquerda parlamentar (que sempre tem votado contra a admissão da nossa petição) nem dos partidos que até hoje ainda não nos receberam (PS, BE e PEV) ou do Deputado Manuel Alegre a quem pedimos uma audiência na sequência das declarações que este vem fazendo de apreço pelos movimentos de cidadãos...
2. Também respeito não é coisa de que possa ser acusado o Ministro da Saúde (o que aliás é coerente com a sua classificação como "irrelevante" da nossa petição [como se pôde ver em 1974 o Dr. Correia de Campos é mais adepto da democracia popular, do que da democracia dita formal ou burguesa... ;-) a quem o Primeiro-Ministro encarregou que nos recebesse em nome do Governo...
3. Esta forma de promulgação é uma forma nova e pedagógica de fazer política cujo alcance é preciso e que penso é saudável e louvável.
Na verdade, ao subordinar a regulamentação aos princípios que enuncia (de protecção da vida humana embrionária, de preservação da sua dignidade, e de coerência dos preceitos com a lei constitucional e a Convenção de Oviedo) o Senhor Presidente da República supre muitas das incoerências, imprecisões e lacunas, que na lei resultaram da falta de debate público, sem falar da formulação inábil e impensada da composição do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (em que, repare-se!, não se previu nenhuma representação de instituições tão "dispensáveis" como as Ordens dos Médicos e dos Advogados ou da Sociedade Portuguesa de Medecina da Reprodução onde se encontram os próprios praticantes daquela arte médica!).
Ou seja, o Presidente da República encontrou forma de assim suprir um trabalho parlamentar a que faltou arte e ciência, debate e bom senso, consenso e moderação, tempo e reflexão.
4. Quanto ao nosso pedido de referendo: "tudo como dantes, quartel-general em Abrantes". Não estando o mesmo dependente da existência de um processo legislativo em curso porque, em virtude do último despacho do PAR, a forma actual corresponde à outra modalidade prevista na lei do referendo, deu ontem entrada o projecto de lei que faltava para o instruir (nesta nova forma) e assim segue para a Comissão de Saúde onde em primeira instância vai ser decidida a sua admissibilidade.
Sem prejuízo claro de continuarmos a pensar que naquela manhã de 25 de Maio, o processo se devia ter suspenso e as votações esperado uma decisão sobre o referendo e que um grupo de deputados radicais e intolerantes (a quem pensa de outra forma) andou a correr com o diploma nas mãos a ver se chegava à meta antes dos cidadãos...
Estamos pois e apenas no início do nosso caminho para que haja em Portugal o referendo que os portugueses querem, os casais inferteis precisam e a procriação artificial merece.
sexta-feira, julho 07, 2006
Referendo da Procriação Artificial: já são 82 mil!
Posteriormente à entrega no parlamento (a 25 de Maio) de 79.263 assinaturas, chegaram pelo correio, entretanto, mais 2.335! Isto sempre acontece: folhas que se esqueceram em casa, locais de recolha por onde ainda ninguém passou, etc. Estamos assim com a bonita soma de 81.598!
Percorro o olhar pelas folhas e dou-me conta da nossa responsabilidade (de quem inicia uma campanha destas): cada uma vale tanto como as que foram entregues. Em cada uma o mesmo empenho de uma humanidade. De um cidadão que se descobre e confirma responsável pelo destino colectivo. Pela felicidade dos seus conterrâneos.
Tanta energia civica que se encontra na sociedade portuguesa e que não encontra nem expressão, nem correspondência, nem acolhimento, nos partidos. Um dia vai ser preciso fazer algo mais concreto com isto. Uma revolução de mentalidades, uma revolta das maiorias silenciosas, um destronar dessa gente que está nos partidos e não respeita quem vota neles (com excepção do partido comunista que neste ponto é uma instituição digna e respeitável, escrevo-o e penso-o a sério!)...
Ou então, é preciso que esta gente entre nos partidos e aí faça ou encontre quem faça ouvir a sua voz. Por isso há já quase um ano me filiei no PSD e comigo muitos dos que nos temos empenhado nestas sendas. Por isso valeu a pena ter sido deputado: para dar voz na sede da democracia a quem nunca é ouvido e é desprezado pelos grandes e poderosos da mentalidade dominante.
Percorro o olhar pelas folhas e dou-me conta da nossa responsabilidade (de quem inicia uma campanha destas): cada uma vale tanto como as que foram entregues. Em cada uma o mesmo empenho de uma humanidade. De um cidadão que se descobre e confirma responsável pelo destino colectivo. Pela felicidade dos seus conterrâneos.
Tanta energia civica que se encontra na sociedade portuguesa e que não encontra nem expressão, nem correspondência, nem acolhimento, nos partidos. Um dia vai ser preciso fazer algo mais concreto com isto. Uma revolução de mentalidades, uma revolta das maiorias silenciosas, um destronar dessa gente que está nos partidos e não respeita quem vota neles (com excepção do partido comunista que neste ponto é uma instituição digna e respeitável, escrevo-o e penso-o a sério!)...
Ou então, é preciso que esta gente entre nos partidos e aí faça ou encontre quem faça ouvir a sua voz. Por isso há já quase um ano me filiei no PSD e comigo muitos dos que nos temos empenhado nestas sendas. Por isso valeu a pena ter sido deputado: para dar voz na sede da democracia a quem nunca é ouvido e é desprezado pelos grandes e poderosos da mentalidade dominante.
Derrota Gay em Nova Iorque
De acordo com o Publico, o Supremo de Nova Iorque decidiu ontem que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo não são autorizados pela lei do Estado. Uma mesma decisão judicial foi recentemente tomada na Geórgia. Também no mesmo sentido vão todas as decisões referendárias em diversos Estados americanos.
Resta pois e apenas a excepção do Massachussets.
Fica a informação.
Resta pois e apenas a excepção do Massachussets.
Fica a informação.
O princípio da livre escolha
É o titulo de um artigo de Inês Pedrosa no Expresso do Sábado passado, sobre a questão da nova legislação anti-tabagica. Muito bom!
Estou como ela: se a preocupação é a saúde, porque não proibir o açúcar e os fritos? ;-)
Estou como ela: se a preocupação é a saúde, porque não proibir o açúcar e os fritos? ;-)
quarta-feira, julho 05, 2006
Definir quando começa a vida
A sugestão de Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, no sentido de que se defina na sociedade portuguesa quando começa a vida humana e assim a partir de que momento se deve protege-la parece-me uma sugestão util e pertinente.
Ao contrário do que diz José Manuel Fernandes hoje no Público, ou Oliveira e Silva, com muita frequência, é pacifico na comunidade médica e científica situar o mesmo início no momento em que se produz a fusão do espermatozoide com o óvulo.
Não é um católico quem o afirma. Qualquer manual básico de embriologia, de 1º ano da Faculdade de Medicina, o comprova e chumba quem disser coisa diferente.
Chamem pois os sábios, convoquem-se os cientistas, reuna-se o conhecimento, juntem-se os médicos.
Nota: discussão diferente e bizantina e filosófica é a de quando é pessoa. Para o caso tanto faz. Se, como disse Odete Santos ao Diário de Notícias em Julho passado, "toda a gente sabe que dali não sai um pinto", mas um ser pertencente à espécie humana (concluo eu), e como muito bem disse alguêm, "descrevam-me um gesto humano que não seja pessoal, daquela pessoa, daquele ser", podem ir para ali para o canto discutir isso, mas aquela vida tem de ser protegida!
Ao contrário do que diz José Manuel Fernandes hoje no Público, ou Oliveira e Silva, com muita frequência, é pacifico na comunidade médica e científica situar o mesmo início no momento em que se produz a fusão do espermatozoide com o óvulo.
Não é um católico quem o afirma. Qualquer manual básico de embriologia, de 1º ano da Faculdade de Medicina, o comprova e chumba quem disser coisa diferente.
Chamem pois os sábios, convoquem-se os cientistas, reuna-se o conhecimento, juntem-se os médicos.
Nota: discussão diferente e bizantina e filosófica é a de quando é pessoa. Para o caso tanto faz. Se, como disse Odete Santos ao Diário de Notícias em Julho passado, "toda a gente sabe que dali não sai um pinto", mas um ser pertencente à espécie humana (concluo eu), e como muito bem disse alguêm, "descrevam-me um gesto humano que não seja pessoal, daquela pessoa, daquele ser", podem ir para ali para o canto discutir isso, mas aquela vida tem de ser protegida!
Julgamentos por aborto: quantos?
Impressionante o poder e força dos abortistas!
Sempre que se fala de aborto, fala-se de julgamentos. Alias, infelizmente, só se fala de julgamentos. E digo infelizmente não por alguma atrapalhação, mas porque esconde a dimensão, importância e responsabilidade do assunto.
Quem não conheça a realidade pensará que são o pão nosso de cada dia nos tribunais portugueses.
Um despacho da Lusa das 17h35 de ontem inventaria quantos houve desde 2002...quantos?
Estes: Maia (2002), Lisboa, Guarda e Aveiro (2004) e Setúbal (2005).
Por acaso esqueceram-se de mais um em Coimbra, creio que em 2005, que não chegou a ver a luz do dia, pois foi aplicada a suspensão provisória do processo.
Nota: as datas são de inicio dos julgamentos, bem entendido. As ocasiões para manifestações espalhafatosas foram muito mais e prolongaram-se no tempo.
Sempre que se fala de aborto, fala-se de julgamentos. Alias, infelizmente, só se fala de julgamentos. E digo infelizmente não por alguma atrapalhação, mas porque esconde a dimensão, importância e responsabilidade do assunto.
Quem não conheça a realidade pensará que são o pão nosso de cada dia nos tribunais portugueses.
Um despacho da Lusa das 17h35 de ontem inventaria quantos houve desde 2002...quantos?
Estes: Maia (2002), Lisboa, Guarda e Aveiro (2004) e Setúbal (2005).
Por acaso esqueceram-se de mais um em Coimbra, creio que em 2005, que não chegou a ver a luz do dia, pois foi aplicada a suspensão provisória do processo.
Nota: as datas são de inicio dos julgamentos, bem entendido. As ocasiões para manifestações espalhafatosas foram muito mais e prolongaram-se no tempo.
Aborto: sentença revista em Aveiro
A revisão pela Relação de Coimbra da sentença em primeira instância de Aveiro concluiu pela condenação do médico, de uma empregada do consultório deste último e também de três das arguidas. No primeiro caso a prisão será (se confirmada pelo Supremo, uma vez que é natural a defesa recorra) efectiva e nos restantes a pena foi suspensa.
Algumas coisas devem ser ditas com clareza:
- que a lei seja aplicada e verificados os factos e as circunstâncias, existam penas, é uma coisa boa, pois serve de aviso "à navegação", sobretudo aos "industriais" do aborto.
- na verdade a lei penal não existindo para que haja pessoas condenadas (não se penaliza o homicidio, ou o roubo, ou a pedofilia, ou as infracções de trânsito para se ter o "prazer" de ver pessoas condenadas, mas para evitar que esses crimes se cometam [e, a propósito, se sabemos quantos a infrigem, ficaremos sempre sem saber, quantos o não fizeram, por receio das consequências]) serve para isto mesmo: dizer à sociedade inteira que num determinado contexto social, determinados valores (a vida, a integridade fisica ou moral, a propriedade, etc.) são considerados importantes e quem atentar contra eles, sujeita-se a um castigo.
- abstractamente todos temos pena que pessoas sejam condenadas, por este ou aquele crime. Mas mais pena se têm que determinados valores (e neste caso pessoas: os bébés que não nasceram) tenham sido desrespeitados. Ora, esta parte nunca é dita. Mas terá de ser recordada, cada vez com mais clareza.
- por último. Existem dois tipos de sociedade. Aquelas em que as vidas das pessoas estão sujeitas ao arbitrio do ditador e as outras onde existem leis, consensualmente aceites naquela comunidade, e onde, em se suspeitando que alguém as infrigiu se inicia um processo judicial, em que essas pessoas se podem defender e demonstrar a sua inocência ou que factores diminuem a sua responsabilidade. Graças a Deus é neste sistema que vivemos em Portugal.
Por isso não há que fazer, como o faz a esquerda, olhinhos revirados de indignação, quando existe um julgamento e alguém é levado a Tribunal (que não é propriamente uma masmorra medieval). É nos tribunais que de alguma forma se "celebra" o Estado de Direito (veja-se meu post de há uns tempos com citação de Odete Santos no mesmo sentido, mas nao a proposito do mesmo tema... :-)
Algumas coisas devem ser ditas com clareza:
- que a lei seja aplicada e verificados os factos e as circunstâncias, existam penas, é uma coisa boa, pois serve de aviso "à navegação", sobretudo aos "industriais" do aborto.
- na verdade a lei penal não existindo para que haja pessoas condenadas (não se penaliza o homicidio, ou o roubo, ou a pedofilia, ou as infracções de trânsito para se ter o "prazer" de ver pessoas condenadas, mas para evitar que esses crimes se cometam [e, a propósito, se sabemos quantos a infrigem, ficaremos sempre sem saber, quantos o não fizeram, por receio das consequências]) serve para isto mesmo: dizer à sociedade inteira que num determinado contexto social, determinados valores (a vida, a integridade fisica ou moral, a propriedade, etc.) são considerados importantes e quem atentar contra eles, sujeita-se a um castigo.
- abstractamente todos temos pena que pessoas sejam condenadas, por este ou aquele crime. Mas mais pena se têm que determinados valores (e neste caso pessoas: os bébés que não nasceram) tenham sido desrespeitados. Ora, esta parte nunca é dita. Mas terá de ser recordada, cada vez com mais clareza.
- por último. Existem dois tipos de sociedade. Aquelas em que as vidas das pessoas estão sujeitas ao arbitrio do ditador e as outras onde existem leis, consensualmente aceites naquela comunidade, e onde, em se suspeitando que alguém as infrigiu se inicia um processo judicial, em que essas pessoas se podem defender e demonstrar a sua inocência ou que factores diminuem a sua responsabilidade. Graças a Deus é neste sistema que vivemos em Portugal.
Por isso não há que fazer, como o faz a esquerda, olhinhos revirados de indignação, quando existe um julgamento e alguém é levado a Tribunal (que não é propriamente uma masmorra medieval). É nos tribunais que de alguma forma se "celebra" o Estado de Direito (veja-se meu post de há uns tempos com citação de Odete Santos no mesmo sentido, mas nao a proposito do mesmo tema... :-)
terça-feira, julho 04, 2006
L de lésbica
Ontem cheguei tarde a casa (depois de me consolar a ver o "Ritmo e Sedução" no cinema: um filme muito humano, óptimo para quem gosta de dança e para quem se interessa por educação) e dei uma espreitadela à série em referência. Condicionado pelo pouco que vi, algumas observações:
-inacreditável que seja transmitida em canal aberto (não apanhei nenhuma das ditas cenas a que os media se referem, mas acho péssimo andar a dar ideias...*);
- a série parece pensada para entreter lésbicas e homens que gostam de mulheres ;-) Todas girissimas, impossível não pensar: "que desperdício!". Isto é, como muitas vezes acontece, é um faz de conta "para entreter" que ilude a realidade: vidas irreais com pessoas irreais, dando por comum, o que é excepcional, totalmente limitadas na percepção do drama humano, numa vida em que não acontece o que acontece na vida de todos (doenças, acidentes, morte de amigos, problemas na educação dos filhos, encontros familiares, ocupação e stress profissionais, etc).
- quem é que no seu perfeito juízo, gostaria que as suas amigas, mulher, filhas, mãe e avó, fossem lésbicas?
* Explico-me para contrariar desde já a pergunta "você acha que alguma miuda ou mulher vai ficar lésbica por ver esta série?". A minha resposta é "Acho, há muitas probabilidades que tal aconteça. Por duas razões:
- é um dado da experiência humana que conhecer o significado de determinados actos ou factos, pode vir a provocar uma identificação do afecto e do instinto com esse significado, sendo que em caso contrário tal teria passado desapercebido e
- sobretudo os mais novos, num período de descoberta da própria sexualidade são influenciados, como nós fomos, pelas primeiras sensações, percepções, gratificações adquiridas. Se estas acontecerem nesse contexto pode bem dar-se que a sexualidade venha a ser marcada, influenciada, atravessada, por essas situações."
-inacreditável que seja transmitida em canal aberto (não apanhei nenhuma das ditas cenas a que os media se referem, mas acho péssimo andar a dar ideias...*);
- a série parece pensada para entreter lésbicas e homens que gostam de mulheres ;-) Todas girissimas, impossível não pensar: "que desperdício!". Isto é, como muitas vezes acontece, é um faz de conta "para entreter" que ilude a realidade: vidas irreais com pessoas irreais, dando por comum, o que é excepcional, totalmente limitadas na percepção do drama humano, numa vida em que não acontece o que acontece na vida de todos (doenças, acidentes, morte de amigos, problemas na educação dos filhos, encontros familiares, ocupação e stress profissionais, etc).
- quem é que no seu perfeito juízo, gostaria que as suas amigas, mulher, filhas, mãe e avó, fossem lésbicas?
* Explico-me para contrariar desde já a pergunta "você acha que alguma miuda ou mulher vai ficar lésbica por ver esta série?". A minha resposta é "Acho, há muitas probabilidades que tal aconteça. Por duas razões:
- é um dado da experiência humana que conhecer o significado de determinados actos ou factos, pode vir a provocar uma identificação do afecto e do instinto com esse significado, sendo que em caso contrário tal teria passado desapercebido e
- sobretudo os mais novos, num período de descoberta da própria sexualidade são influenciados, como nós fomos, pelas primeiras sensações, percepções, gratificações adquiridas. Se estas acontecerem nesse contexto pode bem dar-se que a sexualidade venha a ser marcada, influenciada, atravessada, por essas situações."
Gisberta
Li com dificuldade (é tão repugnante e violento que custa a ler...) as notícias de hoje sobre o sem abrigo morto no Porto por um bando de rapazes. Não há palavras que descrevam o horror da violência...Como é possível? Como se pode? Que abismos existem na alma humana que podem provocar um facto daqueles?
Que porcarias viram aqueles rapazes que lhes sujaram a cabeça e o coração ao ponto de ficarem assim insensiveis? De que pornografia e violência lhes nasceram aqueles impulsos? Que faz a nossa sociedade para manter a inocência, educar no respeito, aprimorar a sensibilidade destes jovens que sabe-se lá quantas horas de porcaria televisiva consumiram?
E também, em que contextos tão embrutecidos viveram, para que a brutalidade lhes seja tão natural? E como serão e estarão os seus familiares? Como viverão esta circunstância? Que dor os habita ou que insensibilidade os toma?
E agora, com aquele pobre homem morto (que deve agora viver, assim espero e rezo, numa paz por que toda a vida deve ter ansiado, procurando-a mesmo onde ela não se encontra, mas perseguindo o desejo de bondade, amor, felicidade e beleza que estão inscritos no coração de cada homem), que será feito daqueles rapazes? Alguma vez encontrarão uma experiência de amor que os converta (no sentido de que os mude)? Ou cortadas as pontes com a sua própria humanidade, arrastarão a sua existência na estrada do horror e da morte?
E regressa a pergunta do Papa em Auchwitz: "Onde estava Deus?"...e a tradução brilhante que o António Marujo fez no Público a esse mesmo propósito: "Onde é que nós estavamos?" ou seja, "Onde é que eu estava?"...
Nota: parece-me ter percebido pelo Público que esteve presente no Tribunal o Padre responsável pela obra social onde os rapazes são internos (este fim de semana e por acaso estive com um rapaz que foi lá estagiário e me descreveu o ambiente durissimo que lá se vivia e uma instituição pensada para crianças abandonadas, mas não para jovens deliquentes que recebia por não haver mais ninguém ou sitio onde a segurança social os pudesse colocar). Ter-lhe-ia sido certamente mais fácil e conveniente não fazê-lo. Mas é este o escândalo do cristianismo: "por mais abjecta, repugnante e indízivel que seja a tua miséria, a misericórdia é sempre a última palavra e em querendo a tua liberdade, é mesmo a palavra definitiva".
Aparentemente em sentido contrário ao dito acima, mas referindo-me à justiça terrena, e correndo o risco de quem não conhece a tradição, âmbito e implicações, da deliquência juvenil: não são leves de mais as penas pedidas pelo Ministério Público? Não é um contrasenso tratarmos os adolescentes como adultos para umas coisas e como crianças para outras? Se alguém quiser esclarecer este ponto, seja benvindo...!?
Que porcarias viram aqueles rapazes que lhes sujaram a cabeça e o coração ao ponto de ficarem assim insensiveis? De que pornografia e violência lhes nasceram aqueles impulsos? Que faz a nossa sociedade para manter a inocência, educar no respeito, aprimorar a sensibilidade destes jovens que sabe-se lá quantas horas de porcaria televisiva consumiram?
E também, em que contextos tão embrutecidos viveram, para que a brutalidade lhes seja tão natural? E como serão e estarão os seus familiares? Como viverão esta circunstância? Que dor os habita ou que insensibilidade os toma?
E agora, com aquele pobre homem morto (que deve agora viver, assim espero e rezo, numa paz por que toda a vida deve ter ansiado, procurando-a mesmo onde ela não se encontra, mas perseguindo o desejo de bondade, amor, felicidade e beleza que estão inscritos no coração de cada homem), que será feito daqueles rapazes? Alguma vez encontrarão uma experiência de amor que os converta (no sentido de que os mude)? Ou cortadas as pontes com a sua própria humanidade, arrastarão a sua existência na estrada do horror e da morte?
E regressa a pergunta do Papa em Auchwitz: "Onde estava Deus?"...e a tradução brilhante que o António Marujo fez no Público a esse mesmo propósito: "Onde é que nós estavamos?" ou seja, "Onde é que eu estava?"...
Nota: parece-me ter percebido pelo Público que esteve presente no Tribunal o Padre responsável pela obra social onde os rapazes são internos (este fim de semana e por acaso estive com um rapaz que foi lá estagiário e me descreveu o ambiente durissimo que lá se vivia e uma instituição pensada para crianças abandonadas, mas não para jovens deliquentes que recebia por não haver mais ninguém ou sitio onde a segurança social os pudesse colocar). Ter-lhe-ia sido certamente mais fácil e conveniente não fazê-lo. Mas é este o escândalo do cristianismo: "por mais abjecta, repugnante e indízivel que seja a tua miséria, a misericórdia é sempre a última palavra e em querendo a tua liberdade, é mesmo a palavra definitiva".
Aparentemente em sentido contrário ao dito acima, mas referindo-me à justiça terrena, e correndo o risco de quem não conhece a tradição, âmbito e implicações, da deliquência juvenil: não são leves de mais as penas pedidas pelo Ministério Público? Não é um contrasenso tratarmos os adolescentes como adultos para umas coisas e como crianças para outras? Se alguém quiser esclarecer este ponto, seja benvindo...!?
Outra vez o Diário de Notícias
Mas "honra lhe seja feita" o juízo aplica-se a qualquer outro órgão de comunicação social...
No dia 29 de Junho, notícia a três colunas: "Despenalização do aborto-15 mil querem lei sem referendo"...
Algum jornal durante os três meses em que andámos a recolher assinaturas para um referendo da PMA deu alguma notícia sobre o andamento da nossa campanha? Resposta: nenhum! :-(
Assim se faz a informação em Portugal...
No dia 29 de Junho, notícia a três colunas: "Despenalização do aborto-15 mil querem lei sem referendo"...
Algum jornal durante os três meses em que andámos a recolher assinaturas para um referendo da PMA deu alguma notícia sobre o andamento da nossa campanha? Resposta: nenhum! :-(
Assim se faz a informação em Portugal...
domingo, julho 02, 2006
Procriação Artificial: o povo é quem mais ordena!
Depois de quatro semanas de luta intensa, a Assembleia da República foi obrigada a deixar entrar (ser objecto de apreciação e discussão e votação em plenário) a nossa Iniciativa Popular de Referendo da Procriação Medicamente Assistida! Em democracia é o povo quem mais ordena e essa é a grande lição desta circunstância.
Claro que para a mesma também muito contribuiu a convicção democrática de Jaime Gama e todos que dentro e fora do parlamento não deixaram que a mentalidade dominante nos media abafasse um genuíno movimento popular e pudesse ter vencimento um grupo de deputados que se crêem iluminados e fora do controle de quem quer que seja senão da sua vaidade e pretensão.
Agora a luta continua para que exista efectivamente um referendo. Vemo-nos nos próximos episódios... :-)
Claro que para a mesma também muito contribuiu a convicção democrática de Jaime Gama e todos que dentro e fora do parlamento não deixaram que a mentalidade dominante nos media abafasse um genuíno movimento popular e pudesse ter vencimento um grupo de deputados que se crêem iluminados e fora do controle de quem quer que seja senão da sua vaidade e pretensão.
Agora a luta continua para que exista efectivamente um referendo. Vemo-nos nos próximos episódios... :-)
Aborto: um referendo para quê?
Dizem os jornais e as rádios que tudo se prepara de forma a que em Janeiro haja novo referendo ao aborto. Para quê?
Mudou alguma coisa de substancial que justifique novo referendo, salvo a chinfrineira nos jornais aquando dos julgamentos ou os olhinhos revirados de indignação de algum deputado do BE?
E verdade ou não que em 2004 os partidarios do aborto levaram 6 a 8 meses a angariar 122 mil assinaturas e nós, em apenas quatro semanas, reunimos 217 mil?
Aumentou neste tempo o nosso conhecimento da realidade do aborto em Portugal? Vamos fazer o referendo sem que a AR realize o bendito estudo a que se obrigou e cuja encomenda se arrasta nos corredores do parlamento?
Algum Governo, de direita ou esquerda, se preocupou seriamente em criar as condições para que nenhuma grávida se encontre em condição de poder ser vitimada, juntamente com o seu bébé, pelo aborto? Estejam no poder esses politicos gelatinosos da direita ou os activistas ideologisados da esquerda?
De qualquer das formas, se o houver (o referendo), cá estaremos.
E cá os esperamos...! :-)
Mudou alguma coisa de substancial que justifique novo referendo, salvo a chinfrineira nos jornais aquando dos julgamentos ou os olhinhos revirados de indignação de algum deputado do BE?
E verdade ou não que em 2004 os partidarios do aborto levaram 6 a 8 meses a angariar 122 mil assinaturas e nós, em apenas quatro semanas, reunimos 217 mil?
Aumentou neste tempo o nosso conhecimento da realidade do aborto em Portugal? Vamos fazer o referendo sem que a AR realize o bendito estudo a que se obrigou e cuja encomenda se arrasta nos corredores do parlamento?
Algum Governo, de direita ou esquerda, se preocupou seriamente em criar as condições para que nenhuma grávida se encontre em condição de poder ser vitimada, juntamente com o seu bébé, pelo aborto? Estejam no poder esses politicos gelatinosos da direita ou os activistas ideologisados da esquerda?
De qualquer das formas, se o houver (o referendo), cá estaremos.
E cá os esperamos...! :-)
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