domingo, novembro 18, 2007

A arrogância do poder: a Ordem dos Médicos e o aborto

"A arrogência do poder" assim se chama um artigo da editora do Público São José Almeida, se não estou em erro, militante do PCP. Nele trata de duas questões entre as quais a do actual conflito entre o Ministro da Saúde e a Ordem dos Médicos a propósito do Código Deontológico destes últimos.
É impressionante que esta gente favorável ao aborto livre e legal não quer só que assim seja. Quer, exige, que toda a gente diga que está bem! De outra forma como compreender a ofensiva a que São José Almeida dá cobertura?
Mas por outro lado esta ofensiva do poder do mundo é também sintomática de outra fobia que anima os impulsionadores da mentalidade dominante: a fobia, o pavor, da liberdade. No limite por que raio não poderia uma Ordem profissional castigar um seu membro pela prática de um acto legal? Por que raio não pode uma classe de profissionais dizer a alguém: "se queres ser dos nossos, segues estas regras ou sujeitas-te a estas sanções"...? "Se queres praticar actos que à luz do nosso Código não podes, resignas a ser um dos nossos ou a viver constantemente castigado se insistires em estar connosco"...?
Note-se só para não haver confusões que não é esse o caso hoje da Ordem onde a proibição da prática do aborto se mantém no respectivo Código sem que sejam sancionados os médicos que o fazem ao abrigo e por causa da lei actual.
Neste post estava só a "esticar a corda" para, por absurdo, demonstrar que em reacções como as do Ministro da Saúde e dos seus apoiantes, o que existe, no fundo, é um pavor à liberdade. Uma pretensão totalitária que ou é combatida ou na próxima geração acabamos todos no matadouro da politicamente correcto, excluídos da convivência social, atirados para a pobreza e a marginalidade, como num qualquer cenário de ficção cientifica...! É que já estivemos muito mais longe...

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