O artigo de Fernanda Câncio Num Lugar Tranquilo sobre os infelizes acontecimentos na Finlândia onde um jovem de 18 anos irrompeu aos tiros na sua escola, matando diversas pessoas, suscita em mim, depois de ler o relato e a reflexão que vem junto, aquela natural estupefacção e a inevitável pergunta: "mas estes não se dão conta de que estas coisas sucedem cada vez mais num mundo que está a tentar viver como se Deus não existisse?" e " estes não percebem que toda a mentalidade para a formação da qual contribuem desagua e propicia a criação de lugares desumanos, onde cresce a loucura humana, o abandono, a solidão e a estúpida violência?"...
Com o que lhe restará da catequese que imagino tenha frequentado Fernanda Câncio acaba com referências à redenção que procurará para si e para os outros quem comete estes desvarios. Observando o modo como esses nos querem redimir, não será de nos perguntarmos:
- a violência não mostra que o homem é incapaz de se redimir a si e por si próprio e
- que a redenção verdadeira se apresenta como o inverso do que vimos acontecer e
- o homem deseja-o no fundo do seu coração, por muito intelectual e moderno que seja?
Porque convenhamos: se não fosse esse desejo de redenção (de felicidade, plenitude, de um melhor do que o melhor que experimentamos, de uma beleza, paz e alegria, que não tenham fim) porque haveria a nossa Fernanda de concluir um artigo sobre aqueles factos suscitando esta questão e não as habituais do comentador mediano: segurança, educação, solidão, etc.?
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