sexta-feira, novembro 09, 2007

Eleições de ontem para a Distrital de Lisboa do PSD

Ontem a lista de Helena Lopes da Costa (a qual eu integrava como candidato a vogal do Conselho de Jurisdição Distrital) perdeu as eleições na Distrital de Lisboa do PSD contra a lista dirigida por Carlos Carreiras (um sócio da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, diga-se de passagem). É assim a vida em democracia: vai-se a votos, propondo aos eleitores um certo caminho e protagonistas, e umas vezes perde-se e outras ganha-se...a vida essa continua igual a antes (quer se perca, quer se ganhe): família, trabalho, a comunidade, etc. E é bom que assim seja. Ai de quem tem a vida dependente das vitórias políticas...
Por outro lado e na minha Secção (a G, do Lumiar), no que diz respeito a outras eleições que ontem tinham lugar (para a escolha dos delegados da Secção à Assembleia Distrital do partido) já o resultado da lista que eu integrava foi mais honroso: 5 votos de distância da lista mais votada (e mais 13 que a seguinte), e apenas menos um delegado que a vencedora (universo eleitoral: 151 votantes que elegeram 23 delegados).
Algumas observações retiradas desta experiência eleitoral:
- no PSD está-se a assistir em Lisboa a um fenómeno preocupante de sindicatos de voto (em si uma coisa natural: pertence-se a um determinado grupo, em nome deste alguns integram uma lista e a "malta" desse grupo vota nessa lista) que são determinados não por opções políticas (escolher um rumo não outro) ou ligações pessoais (pessoas em quem se confia e que se quer ver protagonizar determinadas posições), mas por fenómenos de puro caciquismo.
- a abstenção ou o desempenho de tantos eleitores do partido recompensa o fenómeno acima e sobretudo desmotiva a militância política e partidária, tão importantes para o crescimento da democracia e o desenvolvimento da sociedade. Se temos os políticos que temos devemo-lo aos eleitores que queixando-se deles, não arriscam nenhum tempo das suas vidas para que a atmosfera política seja diferente.
- consequência final: a politica reduz-se aos dias de eleições, o debate é nulo, as ideias definham ou desaparecem, e depois queixem-se que os partidos uma vez no poder naveguem à vista, sem um ideal...
Nota final: as pessoas não imaginam o universo curioso e simultâneamente engraçado e comovente que é uma Secção de um partido: gente tão diferente, circunstâncias tão peculiares, convivências e amizades diversificadas, muita boa vontade e também algum interesseirismo, etc. E no entanto a partir daquele nível é que se começam a desenvolver os níveis de poder e influência. Seria tão bom (e tão decisivo para os partidos, para o poder) que houvesse mais participação...

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