segunda-feira, janeiro 02, 2012

Ainda Asia Bibi: um texto da Ajuda à Igreja que Sofre

Que me chegou agora por email:

"A HISTÓRIA ESQUECIDA DE ASIA BIBI E DE CENTENAS DE CRISTÃOS PRESOS NO PAQUISTÃO

Natal atrás das grades

Os cristãos são uma minoria no Paquistão e muitas vezes perseguidos por causa da sua fé. Os que se encontram detidos são duplamente discriminados. Tal como Asia Bibi, injustamente condenada à morte por blasfémia, há centenas de cristãos que precisam da nossa ajuda neste Natal.

Asia Bibi está presa na cadeia de Sheikpura, no Punjab, acusada do crime de blasfémia. Sobre ela pende a mais terrível das sentenças: a morte. A sua história já comoveu o mundo inteiro mas isso não foi suficiente para a libertar. Para Asia Bibi, este vai ser mais um Natal sem a família, fechada numa cela minúscula e imunda, sem ver a luz do dia, sempre sobressaltada pelos ruídos da prisão, pelos passos que podem anunciar, uma vez mais, gritos, violência, até tortura.

Cadeias de terror
As cadeias do Paquistão são dos locais mais tenebrosos que se podem imaginar. Se estar preso é sempre um castigo, no Paquistão roça a crueldade. A tortura é prática corrente e a vida dos detidos é miserável. Há apenas uma instalação sanitária (e o termo é benevolente para aquilo que existe…) por cada centena de presos, as celas são pequeníssimas e estão sobrelotadas. Como consequência, é vulgar haver detidos que não sobrevivem ao excesso de calor ou que sofrem ataques cardíacos. Só no ano passado, 72 pessoas morreram assim, nas prisões do Paquistão.

Cristãos desfavorecidos
Para os cristãos, o cenário é ainda mais aterrador. A vida nas cadeias reflecte, para pior, aquilo que acontece todos os dias na sociedade paquistanesa: os cristãos são marginalizados e desfavorecidos. A violência e a humilhação fazem parte da condenação a que estão sujeitos. E tudo seria ainda mais dramático se não fosse a intervenção de alguns sacerdotes que, corajosamente, apoiam os detidos no Paquistão, levando-lhes a mais significativa das ofertas: a esperança.

Trabalho dos irmãos dominicanos
No estabelecimento prisional de Faisalabad, é possível ver o resultado do esforço do Padre Iftikhar Moon e dos seus irmãos dominicanos que levam, para dentro dos muros da cadeia, a alegria contagiante do Natal. Numa sala, onde recebem os detidos, o ambiente frio e soturno de Faisalabad é transformado num espaço de cor e alegria, com uma decoração cheia de grinaldas e estrelas de papel que recordam esta época festiva.

Festa de Natal
Os detidos cantam, participam nas leituras da Santa Missa e, depois, recebem das mãos dos frades dominicanos alguns presentes que, ali, valem como barras de ouro: alimentos, mantas, medicamentos, roupas. Até os guardas prisionais são contemplados com a generosidade da comunidade cristã. Nem todos reagem, porém, da mesma maneira. Como explica o Padre Iftikhar, “alguns guardas são boas pessoas, mas há os que são ambiciosos e exigem dinheiro”.

Sem dinheiro para subornos
Dinheiro como suborno é algo impensável para os presos cristãos. Oriundos de famílias pobres, não têm como mudar a sua sorte. Há vários casos de cristãos que são presos apenas porque não têm dinheiro para pagar as multas a que foram condenados. A pobreza é outra cruz que os cristãos têm de suportar no Paquistão. Por causa disso, a esmagadora maioria dos detidos nunca recebem visitas. E, se não fosse o trabalho dos irmãos dominicanos, que tem o apoio da Fundação AIS, poderiam ficar uma eternidade na cadeia sem que alguém se interessasse pela sua sorte.

Asia Bibi
Na sua cela em Sheikpura, Asia Bibi continua sem saber o que lhe vai acontecer. Até este momento, a sua vida tem dependido da enorme campanha internacional que foi desencadeada pelos meios cristãos e da qual a Fundação AIS tem sido um dos principais impulsionadores. Mas ninguém pode garantir que, um dia destes, algo de terrível não venha a acontecer.
Nada disso, no entanto, parece esmorecer a sua fé. Asia Bibi tem sido, para os cristãos no mundo inteiro, um extraordinário exemplo de perseverança. Num tempo em que os valores espirituais parecem ruir, as palavras de Asia Bibi não podem ser esquecidas: “Sinto-me amada pela Igreja Católica e por todas as comunidades cristãs do mundo. Estou orgulhosa por ser filha de uma comunidade tão amável e misericordiosa”. Como é que se retribui um pensamento destes?
Fundação Ajuda à Igreja que Sofre"

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